segunda-feira, 29 de novembro de 2010

Jornal pode ser processado por caluniar ONG Atini – Voz pela Vida

A reportagem sobre o sacrifício de crianças indígenas, exibida no dia 07 de novembro, no programa Domingo Espetacular, mostrou para todo o Brasil, o que já é consenso entre os povos indígenas: Órgãos estatais de proteção ao índio, sucateados. É conversa à roda de fogueira entre os indígenas que a Fundação Nacional do Índio (Funai) há muito não atende as necessidades básicas nas aldeias. Prova escancarada é o Decreto 7056, que foi posto goela abaixo deste povo. O documentário dirigido pela jornalista Sandra Terena, uma das poucas jornalistas indígenas do Brasil, revela que os índios não querem mais matar seus filhos. “Meus parentes querem cuidar das crianças. Percebi isso em diversos povos que ainda tem essa prática, no entanto, sem políticas públicas, não há possibilidade. Uma cadeira de rodas não vai se locomover bem em determinadas aldeias, como no Alto Xingu”, argumenta Sandra.

A nova abordagem produzida pelo principal programa jornalístico da rede Record, trouxe imagens do filme Hakani, filme que foi pioneiro na luta contra o infanticídio e do filme Quebrando o Silêncio, que traz uma nova roupagem ao tema: o protagonismo indígena. No entanto, existem algumas pessoas mal intencionadas que usam o mesmo discurso de cinco anos atrás e usam de calunia contra a organização Atini – Voz pela Vida, referência mundial no trabalho com crianças que tiveram a oportunidade de viver. As ofensas são como uma metralhadora sem alvo. Sobrou até para personalidades religiosas como Edir Macedo e para o Papa Bento XVI, que não tem nada haver com a história, pelo menos diretamente.

O jornal Diário do Amazonas, chama a Atini de ong “Pilantrópica” e o deputado Henrique Afonso de Xerife. Calúnia. Que no termo jurídico significa: imputar falsamente fato definido como crime. Pena: Detenção de seis meses a dois anos, e multa. Os jornalistas, antropólogos e afins que fizeram isso, nunca foram a Chácara das Nações. Falam de um trabalho, sem jamais ter pisado no local em que as crianças vivem. Sem ver o sorriso do pequeno Amalé, da Sheila e de outras lindas crianças.

Existe uma carta na internet, que supostamente foi assinada por mulheres indígenas que repudiaram a matéria da Record. A carta não tem assinatura de nenhuma mulher, apenas “mulheres indígenas” e foi redigida em um encontro da Funai, que não quis se pronunciar na reportagem. O encontro contou com a presença de Márcio Meira, presidente do órgão, que recusou três protocolos de receber a indígena Sandra Terena para conversar sobre o assunto.

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